terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FARINHA D'AGUA




Em um rumo natural foi puxado fora de hora, era meia


noite e meia, foi necessário apanhar para retornar o


nascimento da vida.


Chorou de dor, esgoelou de fome, fome de peito sem leite.


"Chama a Nonata Ciliro para dar de


mamar a esse menino, ela vai ser a mãe de


leite." Disse Maria Lorinda, a parteira.


Ao passar o tempo no peito mamando, bebendo


gomoso e comendo papinha, o menino pega


rumo engatinhando, ficando em pé. Os


primeiros passos caminhando, correndo


na vida aos quatro anos até cansar, chegando


ao tronco da montanha.


Portador especial, entra na fila sendo o


primeiro a chegar, sendo o último a sair,


com banana e farinha d'agua a papar,


desmaiando a fome enquanto partia para


outra vida... um filhote nordestino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário