quinta-feira, 31 de maio de 2012

AS PEDRAS

A insônia...
ela sonha de ser sua parceira de vazios no tempo
ela quer ser sua colega de canto, de encanto, de tristeza,
de um afastamento total do sono.
Quanto mais escuro mais ela gosta de você
pra deixar você em claro.
A insônia não quer ver você tropeçando
nas cadeiras durante a noite
ela quer ver você sonhando com ela
ela tem ciúmes dos vaga-lumes
ela tem ciúmes do cantar do grilo
ela gosta do zinido do silêncio
ela não quer se incomodar com barulhos por perto
a insônia lhe namora, de vez em quando
ela tenta lhe passar um beijo de lembrança
quando o sono chegar
ela adora os das pedras, por eles passarem,
três, quatro dias até sua última energia acabar
caindo assim na sarjeta
a insônia não gosta que abra a porta perto dela
ela é teimosa, ela não quer que feche as
portas do circuito do sono
ela desliga o disjuntor da dormida
ela prefere ficar acordada com você
pastoreando sua vida.

ADORMECIDOS

Sombras que sombrearam
fazendo sombras de fumaça
de um trem de madeira e de
ferro com o nome de
Madeira Mamoré...
sombreadas trilhas e linhas
daqueles que fizeram o que fizeram...
um trem de trilhos e toras,
adormecidos os dormentes.

terça-feira, 29 de maio de 2012

PORONGA A SAGA

     Os soldados da borracha que vieram
em forma de informados que iam riscar
uma árvore tirando seu leite para uma
riqueza de fronteiras do Brasil, sendo
anunciado em megafones em algumas
das esquinas do tempo.
     Logo se encheu os navios de nordestinos
em um rumo anunciado... Amazônia.
Sendo deslocado por águas em navios,
batelões, canoas e casquetas, até uma
greta denominada colocação.
     Sendo deixado cada qual em seu lugar
com espingarda, munição, terçado, uma
faca entortada em forma de formão,
uma lamparina com o nome de poronga,
um saco de farinha e jabar, sal, açucar,
café e outros mantimentos que não dão
para relacionar, era um rancho em
acampamento, esse lugar onde os
soldados iam ensaiar.
     Caindo nas estradas onde se encontravam
as seringueiras, riscando, encaixando a
tigela numa velocidade, no meio de
uma madrugada, atrás de um ouro branco...
um escuro na ilusão.
     Trabalhava noite e dia, horas calmas, horas
em agonias, acendendo o fogo, queimando
folhas verdes para sair uma fumaça
esbranquiçada, derramando o leite e
transformando em bola, uma borracha,
um látex, um teco no pensamento.
   Logo que eu pegar nesse dinheiro vou
voltar em cima do rastro nem que seja em
pensamento, vou comprar um paletó, um
relógio, um cordão de ouro, um rádio e uma
dúzia de foguetes.
    Vou ver a minha família, meus amigos.
Quero chegar no meu Ceará, no meu
Maranhão, no meu Piauí, na minha Bahia,
na minha Paraíba, nas Alagoas, em meu
Pernambuco, dizendo: fui um soldado
da borracha.
    Isso, os que chegaram a voltar por cima
do rastro, fora aqueles que pensaram em
pensamentos, não chegando a  realizar um
sonho de ser um soldado da borracha, sem
poder voltar para seu habitat por ter sido
o jantar de uma onça, o jantar de um jacaré,
a sobremesa de uma sucurí. Aqueles que
sentiram frio em pleno sol ardente com o
efeito da malária, com o desfeito da febre
amarela, com o mal estar do tifo. Aquele
sangue que eles deram ali, para as muriçocas,
os piuns, os meruins, os borrachudos...
a borracha não compensou um sonho, ficou
em segredos nas matas do Amazonas.
     Aqueles que foram enganados pelos patrões,
os que comiam mais do que produziam, é
pensamento em agonia. Aqueles que tinham
saldo na casa, saudosamente cumprimentava
o seu patrão, e o seu patrão, deixando mais
um pouco para as contas acertar.
E na sua linha de conhecimento, um dia o
comentário aconteceu, ele se perdeu na mata.
Só o patrão sabia o caminho que ele tinha se
perdido, um caminho sem fim, ficando assim
um saldo de lucro para acertos futuros com
a alma, as almas.
      O desalmado patrão que fez de um soldado da
borracha seu látex futuro para a sua economia,
esquecendo assim as razões da vida da selva,
da seringueira, do seringueiro, do soldado da
borracha, do nordestino, da ilusão, da
esperança de uma família que ficou em um
sertão sem notícias, ficando assim, as cartas
sem ler e as notícias não há. Só resquicios dos
filhos e netos desses soldados de uma guerra
sem identidade, que chamam desmorados.

segunda-feira, 25 de abril de 2011




SAGA DE CRISTO

EXPOSIÇÃO DE QUADROS POETICOS QUE ACONTECEU DE 19 A 30 DE ABRIL DE 2011 NA CASA DA CULTURA IVAM MARROCOS RETRATANDO A HISTÓRIA DE CRISTO


GAMELA



Parece assim que só existia eu e um saco de farinha e uma gamela de açaí. Foi quando eu pensei em Deus e fui logo desenhando Maria a Mãe de Cristo e seus assessores da saga, para a história contar. Tudo muito facil de fazer, de movimentar. Tudo maravilha, colorido, iluminado com raios de led. Um estudo do brilho das estrelas com o claro da lua sombreando a esperança de vida após o lado de lá, bem acolá no céu celestial. al, al, al.




Aqui na terra meu ursinho blau blau.

























































































quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

ADORMECIDOS




As sombras que sombrearam


fazendo sombras de fumaça,


de um trem de madeira e de


ferro com o nome de


Madeira Mamoré...


sombreadas trilhas e linhas


daqueles que fizeram o que fizeram...


um trem de trilhos e toras.


Adormecidos os dormentes.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FARINHA D'AGUA




Em um rumo natural foi puxado fora de hora, era meia


noite e meia, foi necessário apanhar para retornar o


nascimento da vida.


Chorou de dor, esgoelou de fome, fome de peito sem leite.


"Chama a Nonata Ciliro para dar de


mamar a esse menino, ela vai ser a mãe de


leite." Disse Maria Lorinda, a parteira.


Ao passar o tempo no peito mamando, bebendo


gomoso e comendo papinha, o menino pega


rumo engatinhando, ficando em pé. Os


primeiros passos caminhando, correndo


na vida aos quatro anos até cansar, chegando


ao tronco da montanha.


Portador especial, entra na fila sendo o


primeiro a chegar, sendo o último a sair,


com banana e farinha d'agua a papar,


desmaiando a fome enquanto partia para


outra vida... um filhote nordestino.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ENCONTRO DE POETAS NO MERCADO CULTURAL EM PORTO VELHO

Poetas e simpatizantes da arte literária se reuniram na "Noite de Autógrafos" que aconteceu no Mercado Cultural na terça feira dia 21 de dezembro com realização da Fundação Iaripuna. A coordenação foi do Poeta Mado que espera acontecer a continuidade do encontro em diversos locais da cidade de Porto Velho.



































































































































domingo, 8 de agosto de 2010

PARATY, PARA MIM, PARA NÓS

















A cidade de Paraty apresentando sua beleza que sensibiliza e desperta poesia.

UM MOMENO INESQUECÍVEL COM RENATA ROSA









Dom Lauro, Poeta Mado e Hely Chateaubriand, que fotografava, em um contato com muita luz da iluminada Renata Rosa.

INTEGRAÇÃO DE ESCRITORES











Diversos escritores apresentando seus trabalhos, uma integração de seres humanos, palavras escritas e interpretadas. Nas fotos acima, Karla Melo, Patrícia Tenório e Dom Lauro. letras de Recife e Porto Velho sendo alinhavadas em prol de um futuro melhor para a literatura.

FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY




De 04 a 08 de agosto aconteceu a festa literária de Paraty, o evento tem como base a exposição de variadas manifestações da literatura com obras de escritores mundiais se integrando aos trabalhos de nossos brasileiros artistas da palavra, uma mistura cultural gerando criações fantásticas.
Participamos da FLIP para aprender e divulgar nosso trabalho. Durante os próximos dias divulgaremos diversas ações que aconteceram no evento.
Na abertura, um show inesquecível foi apresentado, Edu Lobo e Renata Rosa, acompanhados de músicos extraordinários, despertaram a sensibilidade da platéia que lotava uma das tendas montadas para o evento.
Poraqui, puraqué, Paraty, pra ti. Aqui um pouco da coisa linda que acontece aqui...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

PARATY DE MARES. PARATY DE OLHARES. PARATY


As poesias de um lado e os mares de Paraty do outro. Se faz necessária uma nova reunião.

NAS RUAS DE PARATY A PROPAGAÇÃO DE LIVROS. TROCA DE PALAVRAS ESCRITAS






















Diversos escritores apresentando suas criações, troca de experiências e palavras.










PANCADAS


São pancadas

são sons

são ruídos

são barulhos

são zunidos quebrando

a calma do silêncio

ruídos roncos

tinidos

são barulhos

quebrados no silêncio

ouço indo ao silêncio

ensaiando o ensonado de uma

rabeca bem tocada

MURRO


Teu murro em ponta

de faca de fere a que fere