Eu vou na mata escura
clara com poronga.
sangrando seringa o leite seringando na cuia,
eu vou sem olhar
ela a me olhar por trás das ramas,
pintou pintada onça, com os seus olhos
verde-amarelados.
sua lingua vermelha querendo me lamber,
com carinho
de sangrar.
as seringueiras sangradas na estrada,
soltando leite.
eu soltei de receio um grito.
apagando a poronga, ouvi um urro
e senti um cheiro no ar de onça
e de refeição passada.
na estrada eu não vi mais nada,
a mata escura.
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