terça-feira, 29 de junho de 2010

UM VERSO


Um verso ao avesso,

muito avexado.

Se eu fosse um boia-fria

comia a quentinha

ainda quente.

De madrugada

pulava a cerca

e bebia água

na veia da nascente

comia feijão na vagem

tomava garapa na cana

tomava vinho na uva

tomava caldo na galinha

tirado do galinheiro

da vizinha descalça

batendo o pé no chão

dizendo é minha

é minha, é minha.

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